terça-feira, 24 de março de 2009

queixas e desilusoes

As vezes sinto-me ridicula por me queixar tanto daquilo que tenho aqui. Tenho a mesmo a sensacao que sou pobre e mal agradecida, por ter esta fantastica oportunidade de estar a viver esta experiencia e ainda me queixar de coisas que nao correm tao bem.
As coisas em casa melhoraram, mas para variar nao esta tudo a 100%. Pequenos desentendimentos e discussoes com os meus amigos de ca ou pessoas que eu achava poder confiar... Desiludimo-nos sempre com as pessoas erradas, pelo menos a mim acontece-me constantemente. Apesar de tudo isto estou decidida em acabar o meu ano em grande, sem grandes problemas, completamente empenhada em fazer deste ano um dos melhores da minha vida. Apesar das coisas boas e coisas mas, continuo a ter pessoas que estao comigo, do meu lado, que sei que me vao apoiar sempre. As vezes sinto-me completamente sozinha, mas nao e verdade, de todo! Quero ultrapassar este mal estar e seguir em frente, da melhor maneira possivel.
Nunca temos em pleno aquilo que queremos...

Rita Magalhaes

quarta-feira, 18 de março de 2009

Quando ganhamos coragem...

As minhas maos tremiam, o meu coracao quase me saltava pela boca e eu sentia o meu corpo suado... Tinhamos acabado de jantar e estavamos reunidos a mesa. A Karen a ler o correio, o Jan o jornal, a Cristina a desenhar e eu so pensava na melhor maneira de dizer o que pensava, sem magoar ninguem. Ha semanas que nao me sinto completamente bem, no entanto a escola nao podia estar a correr melhor, os amigos sempre do meu lado e a ajudar-me no que preciso, apenas em casa me sinto deslocada, nao integrada e ate um pouco a parte. O que ainda me anda me anda a intrigar mais e o facto de num dia esta tudo a correr bem, toda a gente bem disposta e animada e no dia seguinte tudo muda. Caras tristes ou ate mesmo zangadas, poucas palavras, poucos gestos carinhosos...
Como todos sabem a relacao que tenho com a minha familia em portugal e muito proxima, nestas situacoes se calhar ate de mais, entao quando eu aqui nao sinto o "feedback"necessario vou-me muito abaixo. Mas ontem finalmente ganhei coragem e disse tudo o que sentia, o que estava acumulado ha alguns tempos.
Ha dias que me sinto uma autentica baby-sitter da Cristina, sinto mesmo que eles usam imenso o facto de eu estar la em casa para se libertarem e despejarem tudo em mim. Alem disso, quando tento falar, conversar, saber o dia ou ate partilhar algo que considero interessante ou importante nao sinto que eles o queiram fazer, o que me deixa muito triste e ate desiludida. Disse tudo isto... E a resposta que obtive foi bem diferente do que a que esperava. Ambos disseram que estavam numa situacao complicada no que toca a problemas profissionais (eles tem uma empresa que ja teve melhores dias) e que isso lhes tira muita energia e ate bom humor. Disseram tambem que sabiam o quao dificil era eu conseguir ter energia e atencao todos os dias para a Cristina e que claro que nao me queriam fazer de baby-sitter. Foi uma conversa agradavel, fiquei com a sensacao que eles perceberam qual era o meu problema e que inclusive vao tentar ajudar-me a resolve-lo. Por outro lado, nao sei se esta conversa vai adiantar de muito, porque no fundo os problemas vao continuar e a Cristina continua a existir. A Karen disse que eu era livre de ir para outra familia, sem ressentimentos, o Jan disse que podemos chegar a uma resolucao para tudo isto e que o mais importante era falarmos sobre o que sentimos. Vou esperar pelos proximos dias, se calhar ate semanas porque como e obvio nos ultimos meses o que quero mais e aproveitar e nao ter problemas com ninguem, muito menos mudar de familia.

Rita Magalhaes

terça-feira, 17 de março de 2009

Menos de 4 meses

Ja estou ca ha quase 7 meses... o tempo passou a voar! Por um lado sinto-me completamente integrada, sinto que estou aqui ha muito mais tempo... Tudo o que criei aqui (desde relacoes a sentimentos) e muito superior a uns meros meses! Por outro lado, passou tudo tao depressa, nao estava nada a espera de estar com medo de voltar. Sim, nao e facil abandonar tudo e todos os que me acompanharam numa fase (um ano) tao importante na minha vida. Quero muito voltar, ter a minha familia, os meus amigos, as minhas coisas de volta... voltar ao meu dia-a-dia, a minha rotina, as minhas discussoes, alegrias, desilusoes e diversao! Tenho saudades de tudo, mas mal consigo acreditar que este meu pequeno sonho esta prestes a acabar. Sim, como a minha mami diz... estou a sofrer por antecipacao!
Mas sei que tenho que aproveitar ao maximo estes ultimos tempos... e afinal ainda me faltam 16 semanas para voltar!
Nao ha muito mais a dizer, simplesmente que gosto muito de voces e que, de certo modo, mal posso esperar por vos ter de novo presentes (fisicamente) na minha vida!

Rita Magalhaes

terça-feira, 3 de março de 2009

"Eles"

Ontem estive o dia todo de cama e surgiu-me um pequeno momento de inspiracao (ou se calhar naao!). Deixo ao vosso criterio:

"Ela queria aprender a conhecer as estrelas, queria voar sem asas, viajar o ceu imenso... Queria faze-lo com Ele. Ele sabia como lhe ensinar, Ela tinha a certeza. Conseguia sonhar com o momento em que Ele lhe tocasse e a levasse para longe, voando juntos. Imaginava que Ele pegar-lhe-ia na mao, abraca-la-ia e diria: "Vamos!"... Nao hesitaria, nem por instantes. Partiriam em busca da alegria, da felicidade e do bem-estar. Ela sabia que, juntos, encontrariam sem demora.
Foi entao que partiram. Ela sentiu medo, as suas pernas tremiam quando sentiu os seus labios aproximar-se. Era o inicio da viagem que, naquele momento, por sua vontade, duraria para sempre! Nao falaram... o silencio exprimia o que ambos sentiam. No entanto, Ela so queria gritar, rir, disparatar, mostrar que com ele se sentia capaz de fazer o que quisesse! Limitou-se a observa-lo e a jurar a si mesma que daria o seu melhor para que nao o perdesse, para que pudesse continuar a voar... So com ele fazia sentido, sozinha nao teria subido tao alto! Ele fazia-a feliz e Ela nao o escondia.
Nao se moveram, deixaram-se envolver na troca de olhares. O sol raiva no ceu. Estava frio e o vento cortante, acrescido da avalanche de emocoes que sentia, quase lhe tiravam a respiracao. Finalmente, Ele falou, moveu-se. As suas palavras soavam como melodia nos seus ouvidos. Escutou-o com um sorrriso e os olhos brilhantes. Ele disse:
- NAO QUERO QUE ISTO ACABE... NUNCA!...
Voaram...."

Marco 2009
Rita Magalhaes